segunda-feira, 29 de outubro de 2007

em montagem


até segunda, dia 5 ainda dá para conferir os trabalhitos de uma galera que montou essa bienal do mercosul (e as outras também, diga-se de passagem), ali no pinacoteca café, na república. E no encerramento, além da exibição de vídeos de alguns dos artistas, o café vai oferecer um vinhozinho. no final da noite, como bons montadores profissionais que somos, deveremos desmontar nossos trabalhos e fazer o transporte das obras, seja para museus, coleções particulares ou de volta ao acervo dos próprios artistas. quem puder, apareça.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

rascunhando


do meu bloco de desenho. desses dias. achei bom começar a colocar umas coisas recentes por aqui.

sábado, 13 de outubro de 2007

lolita


"se fecho os olhos, tudo o que vejo é uma fração imobilizada dela, um instantâneo pinçado de um filme cinematográfico, o repentino vislumbre de suaves encantos inferiores, como quando, levantando o joelho sob a saia axadrezada, ela se senta para amarrar o cordão do sapato." vladimir nabokov, em lolita

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

hoje eu vou matar alguém

aproveito o embalo pra colocar uma obra-prima do cinema independente (e bota independente nisso, já que praticamente todo o vídeo foi feito a seis mãos), escrita e dirigida pelo grande fábio hofnik (que atualmente se esconde em algum canto de israel), produzida pelo rafa beck e com a impressionante interpretação deste que aqui escreve. atenção para a cena inicial, totalmente taxi driver.


I Want To Kill Someone Today - Amazing videos are here

juanito

bom, com o beck lá de sampa digitalizando e postando todos os videos nos quais já colaborei com ele ao longo da parceria de quase 30 anos, devem aparecer ainda vários por aqui.

aqui vai "juanito", super 8 de stop motion totalmente experimental que fizemos lá pelos idos de 99 ou 2000 eu acho. tivemos algumas colaborações mais, mas foi basicamente um trabalho dos beck brothers mesmo. meus bonecos são tosquíssimos e a iluminação e a fotografia não ficou exatamente como tínhamos planejado, mas hoje tenho um carinho especial pelo juanito. foi difícil de fazer com o que a gente tinha a disposição mas ficou pronto, bonitinho dentro de um entendimento próprio de beleza, e é uma historinha bem tocante, baseada na idéia de um conto de ambrose bierce, "an occurrance at owl creek bridge".

domingo, 7 de outubro de 2007

retrato


esses dias meu amigo jesus, também conhecido como anderson astor e já descrito como o fotógrafo mais talentoso e desconhecido do mundo, esteve aqui em casa pra fazer um retrato meu. e apesar do modelo a foto ficou muito boa.

te pego na estação

continuando a postagem de coisitas legais do passado... videoclip feito pelos beck brothers para a stela campos há alguns aninhos...

sábado, 6 de outubro de 2007

trancado

esta é uma história verídica nos mínimos ridículos detalhes...

Em quinze minutos tenho que sair pra abrir o bar, então penso “tenho tempo pra um banho rápido”. Tiro a roupa no quarto, como de costume, pego o celular, como de costume, e entro no banheiro. Como de costume, mesmo sozinho no apê, fecho e tranco a porta (porque de outra forma uma fresta ficaria aberta e o fugaz prazer do banho quente se estragaria com o vento frio que sempre circula no apartamento). No lugar de uma chave, a porta do banheiro conta com uma gasta tranca dessas já fixas no trinco e quando eu a giro ouço e sinto um clic incomum. Na mesma hora, lembro do amigo que me visitara na noite anterior e reclamara de ter tido dificuldade para destrancar a porta do banheiro na hora de sair. Gentilmente, com esperança de que o clic tivesse sido só uma impressão, mas ao mesmo tempo, pressentindo o desastre, tento girar a tranca no sentido contrário. Nada. Tento com mais força. Nada. Solto o trinco, reflito por meio segundo e tento com mais força ainda, com as duas mãos. A tranca sai na minha mão. Na porta permanece apenas um “toquinho” de ferro muito pequeno.
Pego o celular e ligo para Sandro, pedindo que abra o bar para mim e que, se possível dê uma passada pra me ajudar a sair do banheiro.
Enquanto dou uma mijada, avalio a situação. Sozinho no apartamento. Ninguém tem cópias das minhas chaves, logo, para alguém chegar até aqui e me ajudar com a porta do banheiro, será preciso primeiro passar pela porta trancada do apartamento. Tudo bem. Se estivesse sem o celular a situação seria pior. Ficaria aqui por muito mais tempo até que alguém resolvesse invadir o apartamento para me procurar, ou pior, teria que gritar como uma menininha pela janela do banheiro até que algum vizinho ouvisse.
Sandro deve demorar pois está longe do bar, por isso, tomo um banho, sem me preocupar que seja um banho rápido.
Vinte minutos depois saio do banho. Penso na humilhação de ser resgatado nu do banheiro por um chaveiro desconhecido, bombeiros, vizinhos, minha família e amigos. Todos muito preocupados, ou rindo muito. Me lembro de tudo o que Mcgyver conseguia fazer com as coisas que tinha a mão. Começo a olhar ao redor, analisar o que posso usar. Tenho uma toalha de rosto, uma de corpo, escova de cabelo, cortador de unhas, desodorante, lâmina de barbear, xampu, sabonete, saboneteira, lixeira, algodão, band-aid, escova de dentes, pasta de dentes... Impossível fazer uma bomba. Pelo menos eu não sei como.
Pego o cortador de unhas e prendo como uma alicate ao toquinho que sobrou da tranca. Ele prende bem mas não gira, afinal o problema em si não estava no fato da tranca ter quebrado e sim no fato dela não girar. Detono a lâmina do cortador tentando usá-lo como alicate.
Uso a lixa embutida no cortador para lentamente desparafusar o espelho de metal do trinco. Romovo o pino que segura o trinco e o puxo inteiro para dentro, fazendo com que a outra ponta caia do outro lado da porta. Pronto, agora se eu conseguisse passar por esse buraco estaria fora.
Mesmo sabendo que o espelho de metal tem uma função basicamente estética na porta eu termino de arrancá-lo com as unhas, me cortando um pouco no processo. O toquinho da tranca sai junto, tenho agora dois buracos para ver lá fora e a porta continua trancada.
Sinto a adrenalina subir, penso: “ah, que se foda, vou derrubar essa merda”. Tomo fôlego e dou um pontapé com o pé descalço na altura do trinco. Nada além de dor. Tomo um passo de distância e jogo o ombro contra a porta. Mais dor. Tomo dois passos de distância (o máximo nesse banheiro) e me lanço em outro pontapé com mais energia ainda que o primeiro, mas o chão escorregadio mina o meu ataque e o pé chega sem convicção na porta. Dor. Tento mais algumas vezes, pensando que talvez os golpes repetidos consigam causar algum dano enfim. E eles causam... a mim.
Volto ao cortador de unhas e junto ele à escova de cabelos para criar uma espécia de kit de ferramentas para executar um novo plano. Encosto a lâmina do cortador de unhas na cabeça do pino mais alto que une a porta à dobradiça mais alta. São três pinos que seguram a porta. Com o cabo da escova de cabelos começo a golpear a extremidade inferior do cortador de unhas, como uma marreta golpeando uma talhadeira ou formão. Os golpes são muito imprecisos. Acerto a própria mão várias vezes com o cabo da escova. Escoriações leves. Depois de alguns minutos sento no vaso para descansar.
Paulinho, o Zelador, avisado da situação por Sandro, aparece na janela do corredor do meu andar e se comunica aos gritos para saber o que pode fazer para me ajudar. Começo a gritar meu plano, bolado durante as outras tentativas frustradas.
Basicamente, peço que me consiga ferramentas de verdade (que ele também não tem) para subtrair os pinos que prendem a porta e assim me libertar afinal. Paulinho precisa ir ao bar para conseguir as ferramentas com Daniel, depois deve colocá-las em um saco plástico amarrado a uma corda, subir ao terraço e descê-las para mim pela janela do banheiro.
Meia hora depois, de posse das ferramentas, martelo e talhadeira, começo o trabalho de retirada dos pinos. O trabalho é duro, muita tinta nos pinos, estão bem colados às dobradiças. As marteladas são violentas. Reboco das paredes e lascas de tinta da porta cobrem o chão. Mas um a um eles saem.
Pinos no chão, a porta se mantém unida ao batente apenas pela maldita tranca. Percebo que não tenho onde pegar na porta para puxá-la para dentro e fazer com que se desconecte do batente. Ela está ali, sem pinos e não há ninguém para empurrá-la do outro lado. Tento fazer uma alavanca no canto superior da porta com a talhadeira, emprego muita força e ela quase não se move. Tento o canto inferior, a porta cede mais, entorta, começa a lascar e volta ao lugar com violência, desprezando a talhadeira e me lançando nu, de costas, chocar as costelas no bidê e desconectá-lo do chão do banheiro. Tento ainda mais uma vez a alavanca com a talhadeira que se parte ao meio, deixando uma parte encravada no vão da porta.
Esmurro e chuto a porta mais algumas vezes.
Me sentindo derrotado, ligo para Daniel e peço que venha com um chaveiro, abrir meu apartamento e empurrar a porta do banheiro. Me sento por alguns minutos no vaso e amaldiçôo Mcgyver.
De repente, a revolta toma conta de mim. Agarro o martelo e cravo a parte de trás, como uma picareta no canto superior da porta. Grito e puxo com as duas mãos e toda a força restante. A porta cede e vem para dentro do banheiro, com boa parte do batente. A destruição no banheiro é flagrante. O sentimento de vitória sobre a conspiração do universo pra me sacanear é indescritivelmente bom.
Ligo e aviso que o chaveiro não é mais necessário.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

mais uma delas...


por lhe faltar um coração no peito, não via problema em dilacerar o coração alheio.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

girl 33


Trilha sonora: Stela Campos, "Girl from 33", no www.stelacampos.com.br